Cofinanciado por:
Compete Logo Portugal 2020 Logo União Europeia Logo

Coimbra

A cidade de Coimbra ocupa na História de Portugal um lugar especial. É a cidade do “conhecimento” onde esteve instalada a única universidade portuguesa entre os séculos XVI e XX, tendo também um papel único na passagem do domínio islâmico para o cristão, nos inícios do reino português, no século XI, centro da chamada cultura moçárabe (um misto de religião cristã em contexto cultural islâmico arabizado).

Se é verdade que a presença judaica em Portugal se poderá remeter para a Antiguidade, quase certamente para antes da época romana, a documentação escrita relativa a estas comunidades é muito rara e bastante posterior. Foi redigido em Coimbra, no ano de 950 a.C., o documento escrito mais antigo que refere judeus em Portugal: o Conde Ximeno Dias e sua mulher, Adosinda Guterres, doaram ao Mosteiro de Celanova, em Ourense, prédios que haviam comprado a Judeus em Quites (Taveiro, junto a Coimbra). De resto, até ao século XI, vários documentos atestam a vitalidade da comunidade judaica em torno de Coimbra, ou mesmo na cidade.

Em Coimbra sabemos da existência de duas grandes judiarias: a Judiaria de Santiago, ou Judiaria Velha, na Rua Corpo de Deus, e a Judiaria de Santa Justa ou Judiaria Nova, na zona das atuais Rua Direita e Rua Nova. A Judiara Nova substituía a Velha quando o Rei D. Fernando mandou demolir os casarios junto à muralha em meados do século XIV. Para além da malha urbana, que ainda mantem as características dos edifícios anteriores à expulsão dos judeus e posterior conversão forçada em 1497, na Rua Olímpio Nicolau Fernandes encontramos a Fonte Nova, ou dos Judeus, edificação construída em 1725, no lugar da antiga fonte da comunidade judaica. 

Nos últimos anos, a cidade de Coimbra tem vivido momentos muito importantes no campo do património judaico. Escavações recentes localizaram as fundações de um edifício que poderá ter sido a sinagoga da Judiaria Velha, entre os séculos XII e XIV, onde hoje é a Rua do Corpo de Deus, junto ao Largo de Nossa Senhora da Vitória. Em 2013, obras na cave de um edifício, em zona muito próxima, confirmaram a proximidade à Sinagoga, trazendo ao conhecimento as instalações dos banhos rituais femininos, o mikveh, num excelente estado de conservação, com uma clara definição dos espaços e da própria piscina para os banhos.

Instalado na cidade desde 1541, o Tribunal do Santo Ofício ficou profundamente ligado ao Páteo da Inquisição. Este topónimo deve-se ao facto de aí ter funcionado a Inquisição entre 1566 e 1821, nos espaços antes ocupados pelos colégios de São Miguel, de Todos os Santos e das Artes. Após profundas obras no edifício, em 1571 já ali se encontravam os primeiros acusados.

Hoje funciona nesse espaço o Centro de Artes Visuais (CAV), tendo escavações arqueológicas de emergência, entre 1989 e 1992, colocado à vista um grupo de celas do Tribunal do Santo Ofício, para além de espaços comuns à prisão.

Estas celas foram escavadas, e encontram-se praticamente intactas, em muito bom estado de conservação - estes espaços coincidem com as palavras de alguns presos que descreveram esse horrendo lugar. Foi ainda encontrado um corredor de passagem, possivelmente a “ladeira dos prisioneiros”, como era conhecida, o corredor de distribuição para as celas. A Sala do Tormento também foi identificada, onde é ainda possível observar uma argola em ferro na abóboda onde se pendurariam instrumentos e os próprios presos durante o “tormento”, ou tortura.

Cidade universitária, Coimbra viu muitos dos seus “lentes” serem presos por este tribunal que regulava a fé. A Biblioteca Joanina, impressionante monumento barroco, tem um acervo imenso de obras de cristãos-novos, como o matemático Pedro Nunes (inventor do nónio), professor na Universidade. Também nesta biblioteca se pode encontrar a importante Bíblia de Abravanel, da segunda metade do século XV, um dos tesouros mais notáveis da arte da iluminura.

A cidade de Coimbra ocupa na História de Portugal um lugar especial. É a cidade do “conhecimento” onde esteve instalada a única universidade portuguesa entre os séculos XVI e XX, tendo também um papel único na passagem do domínio islâmico para o cristão, nos inícios do reino português, no século XI, centro da chamada cultura moçárabe (um misto de religião cristã em contexto cultural islâmico arabizado).

Se é verdade que a presença judaica em Portugal se poderá remeter para a Antiguidade, quase certamente para antes da época romana, a documentação escrita relativa a estas comunidades é muito rara e bastante posterior. Foi redigido em Coimbra, no ano de 950 a.C., o documento escrito mais antigo que refere judeus em Portugal: o Conde Ximeno Dias e sua mulher, Adosinda Guterres, doaram ao Mosteiro de Celanova, em Ourense, prédios que haviam comprado a Judeus em Quites (Taveiro, junto a Coimbra). De resto, até ao século XI, vários documentos atestam a vitalidade da comunidade judaica em torno de Coimbra, ou mesmo na cidade.

Em Coimbra sabemos da existência de duas grandes judiarias: a Judiaria de Santiago, ou Judiaria Velha, na Rua Corpo de Deus, e a Judiaria de Santa Justa ou Judiaria Nova, na zona das atuais Rua Direita e Rua Nova. A Judiara Nova substituía a Velha quando o Rei D. Fernando mandou demolir os casarios junto à muralha em meados do século XIV. Para além da malha urbana, que ainda mantem as características dos edifícios anteriores à expulsão dos judeus e posterior conversão forçada em 1497, na Rua Olímpio Nicolau Fernandes encontramos a Fonte Nova, ou dos Judeus, edificação construída em 1725, no lugar da antiga fonte da comunidade judaica. 

Nos últimos anos, a cidade de Coimbra tem vivido momentos muito importantes no campo do património judaico. Escavações recentes localizaram as fundações de um edifício que poderá ter sido a sinagoga da Judiaria Velha, entre os séculos XII e XIV, onde hoje é a Rua do Corpo de Deus, junto ao Largo de Nossa Senhora da Vitória. Em 2013, obras na cave de um edifício, em zona muito próxima, confirmaram a proximidade à Sinagoga, trazendo ao conhecimento as instalações dos banhos rituais femininos, o mikveh, num excelente estado de conservação, com uma clara definição dos espaços e da própria piscina para os banhos.

Instalado na cidade desde 1541, o Tribunal do Santo Ofício ficou profundamente ligado ao Páteo da Inquisição. Este topónimo deve-se ao facto de aí ter funcionado a Inquisição entre 1566 e 1821, nos espaços antes ocupados pelos colégios de São Miguel, de Todos os Santos e das Artes. Após profundas obras no edifício, em 1571 já ali se encontravam os primeiros acusados.

Hoje funciona nesse espaço o Centro de Artes Visuais (CAV), tendo escavações arqueológicas de emergência, entre 1989 e 1992, colocado à vista um grupo de celas do Tribunal do Santo Ofício, para além de espaços comuns à prisão.

Estas celas foram escavadas, e encontram-se praticamente intactas, em muito bom estado de conservação - estes espaços coincidem com as palavras de alguns presos que descreveram esse horrendo lugar. Foi ainda encontrado um corredor de passagem, possivelmente a “ladeira dos prisioneiros”, como era conhecida, o corredor de distribuição para as celas. A Sala do Tormento também foi identificada, onde é ainda possível observar uma argola em ferro na abóboda onde se pendurariam instrumentos e os próprios presos durante o “tormento”, ou tortura.

Cidade universitária, Coimbra viu muitos dos seus “lentes” serem presos por este tribunal que regulava a fé. A Biblioteca Joanina, impressionante monumento barroco, tem um acervo imenso de obras de cristãos-novos, como o matemático Pedro Nunes (inventor do nónio), professor na Universidade. Também nesta biblioteca se pode encontrar a importante Bíblia de Abravanel, da segunda metade do século XV, um dos tesouros mais notáveis da arte da iluminura.

Ler mais > Ler menos
Caminhos da Fé
Obrigado!
Loading
Por favor aguarde...