Apelidada por “sentinela do Guadiana”, por se encontrar numa localização privilegiada sobre as margens do rio com vista para os territórios da vizinha Espanha, Juromenha e a sua fortaleza de fronteira desempenharam um papel estratégico na época do Al Andaluz, sendo citada pelo geógrafo Ibn Hawqal, que no século X viajou pela Península Ibérica, na sua obra "Kitâb Sûrat al-Ard" (Livro da Imagem da Terra).
De facto, enquanto ponto de passagem entre Santarém e Elvas, o castelo de Juromenha desempenhou um papel determinante durante mais de duas centúrias como praça-forte do sistema defensivo da região de Badajoz.
Em 1167, Geraldo, o Sem-Pavor, conquista pela primeira vez Juromenha, em nome do monarca português D. Afonso Henriques, mas Juromenha volta ao domínio muçulmano em 1191, com a retoma dos territórios pela investida muçulmana de Almançor. Este espaço de defesa do Guadiana só seria definitivamente reconquistado para a Coroa portuguesa em 1242, por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago.
Na última fase de ocupação islâmica, já sob o domínio almóada, Juromenha terá sido um ribat – eremitério fortificado muçulmano consagrado à jihad, ou guerra santa -, como nos revela o filósofo Ibn ‘Arabi, um dos mais famosos místicos do Islão, que refere o castelo de Juromenha como arrábida defendida por muçulmanos voluntários que dividiam o tempo entre as atividades bélicas e espirituais.
O conjunto fortificado da Juromenha conserva ainda duas cinturas de muralhas: parte do perímetro amuralhado medieval, de que se destacam as muralhas de época islâmica, e outra constituída pelas fortificações abaluartadas edificadas durante a Guerra da Restauração.
É nas muralhas Norte e Noroeste e na zona da Porta Sul que se encontram os vestígios melhor conservados da construção islâmica. É o caso de uma torre situada no ângulo Noroeste da muralha. Esta torre é envolvida por panos de muralha em taipa de tipo militar, muralha essa que se apoia num conjunto de torres próximas entre si e regularmente espaçadas, com entradas retas, semelhante ao que acontece em fortificações de época califal (séc. X).
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